Por Hugo Dourado
Um dos filmes mais inteligentes dos últimos tempos é uma comédia de crítica racial e social fantástica. Infiltrado na Klan, do diretor Spike Lee, entra em cartaz amanhã nos cinemas do Brasil.
A sátira, a ironia e as espetadas contra o governo americano são feitas de forma tão espontânea e natural, que a história flui e quando você se dá conta já está no fim do filme.
Vale ressaltar que se trata de um fato real ocorrido nos anos 70, mas que infelizmente continua muito atual na vida dos americanos, e em boa parte do mundo. Algumas atitudes e diálogos são tão inaceitáveis numa sociedade civilizada que beiram o absurdo, mas ao invés da repulsa a forma como Spike Lee conduziu seu filme deixou tudo muito leve, engraçado o que nos leva a uma reflexão profunda.
Gostei tanto que vi duas vezes e em todas as sessões o filme foi aplaudido no final. É um filme obrigatório de se assistir, então corra para o cinema e não perca essa grande obra. Eu recomendo!
Na história acompanhamos como o primeiro policial negro da cidade de Colorado Springs Ron Stalllworth (John David Washington) conseguiu enganar a todos e se infiltrar na célula local da Ku Kluk Klan e impedir um atentado, acabando com as ações terroristas do bando. Flip Zimmerman (Adam Driver) seu parceiro é que vai ser o corpo infiltrado, pois seria impossível um negro fazer isso.
Ron mantinha contato por telefone, enquanto Flip fazia o trabalho de campo. John está numa atuação impecável, com picos de ironia e raiva que cativam o público e Adam, como sempre, desenvolve uma atuação discreta, porém marcante. Gosto também de todo elenco. Em resumo é um filme completo, bem construído e melhor ainda desenvolvido.
O filme foi exibido na Mostra Internacional de Cinema / São Paulo International Film Festival e também na Mostra de Cinema Negro. Está em cartaz nos melhores cinemas.