Self Made

“Cabelo é beleza.
Cabelo é emoção;
Cabelo é a nossa herança.
O cabelo diz quem nós somos, onde estivemos e para onde vamos.
Eu sou Sara Breedlove. Fazer produtos para cabelos é a minha paixão. Não tem sido fácil. Mas não importa o que aconteça, me recuso a desistir de lutar.”

Esse é o texto de abertura da minissérie Self Made, da Netflix. Essa poesia já desperta a vontade de assisti-la.

Inspirada na vida da primeira mulher estadunidense a se tornar milionária por seu trabalho, ou seja, sem ter recebido herança. Self Made retrata a vida de Madam C. J. Walker, que veio ao mundo para fazer história. E que história!

Uma trama inteligente, onde você torce pelos personagens e se envolve com o enredo. A protagonista é interpretada por Octavia Spencer, que empresta seu carisma a personagem. Spencer dispensa apresentações.

Senti falta de uma certa precisão na passagem do tempo, mostrar um pouco mais sobre a sociedade daquela época, mas nada que interfira na compreensão da história.

Minha vontade e contar tudo o que assisti, mas não vou. Por que você merece ver e ser inspirada pela atitude dessa mulher, que no início do século XX, construiu um império e contribuiu para a emancipação de outras mulheres.

São 4 episódios de aproximadamente 45 minutos. E não pense que é apenas para mulheres, pode chamar o boy, o irmão, o amigo e o pai. O entretenimento é garantido.
Self Made está disponível na Netflix.

Curiosidades sobre a história (contém spoiler):

  1. A inventora, química, filantropa e empresária Annie Turnbo Malone, na série foi chamada de Annie Munroe. Foi retratada como uma vilã, mas a história real não é bem assim.
    Ela também foi uma das primeiras milionárias do seu país. Chegou a ter uma faculdade de beleza, o Poro College, centenas de funcionários e serviu a comunidade negra. Malone também é um exemplo de empreendedorismo e feminismo. Diferente do que mostra a série, ela não se mudou para a mesma cidade de Walker, nem a perseguiu.
  • Annie Malone não tinha a pele mais clara, como diz a série. Sua história é muito respeitada nos Estados Unidos. Muitas pessoas acharam desrespeitosa a forma como ela foi retratada.
  • O maior inimigo de C. J. Walker foi a sociedade racista e o machista. Não uma empresária concorrente.
  • A’Lelia Walker foi casada 3 vezes e não teve filhos. Aparentemente não era lésbica. A série tentou abordar esse assunto, mas não se aprofundou e ficou por isso mesmo.
  • Para manter viva a memória de de Madam Walker, em 2016 os herdeiros da marca fizeram uma parceria com a Sundial Brands, grande empresa de cosméticos e lançaram uma linha de produtos C. J. Walker. Eles são veganos e com opções para todos os tipos de cabelos. São vendidos na Sephora.